No pós-operatório, o paciente não deve seguir dieta de emagrecimento. Especialmente, indivíduos que se submetem à cirurgia estética tendem a acreditar que precisam fazer dieta muito restritiva para manter os resultados do procedimento. Mas, apesar de o plano alimentar ser entregue, pelo nutricionista, antes da cirurgia, ele não tem o mesmo objetivo da dieta pré-operatória. Nessa fase, a finalidade é estimular o sistema imune, a cicatrização e a recuperação.
Para ajudar a reduzir as dores e o edema (inchaço), evite excesso de sal, alimentos que contenham glutamato monossódico e temperos artificiais como Sazon.
Invista nas ervas naturais como cebolinha, cheiro-verde, manjericão para temperar as refeições e mantenha a hidratação com o consumo de água, nenhum outro líquido substitui a água (nem a água de coco).
O período de repouso, sem a prática de exercícios de físicos, o uso de cintas e de placas apertadas na região do abdômen prejudicam o movimento peristáltico e o funcionamento intestinal, contribuindo para a constipação e a produção de gases.
Portanto, não deixe de caminhar (caso tenha sido orientado pelo médico cirurgião), de consumir mais água e de incluir frutas e vegetais na dieta para incrementar o aporte de fibras.
O consumo de azeite também é uma excelente opção de gordura para a lubrificação intestinal, facilitando a passagem das fezes.
Caso você já sofra com constipação, antes da cirurgia, inclua fibras solúveis como psyllium na sua dieta.
Para evitar gases, as leguminosas como feijões, grão de bico e lentilha devem ficar de molho por, no mínimo 24h, e a água deve ser trocada a cada 6h.
Evite o consumo de ultraprocessados, alimentos que passaram por maior processamento industrial e que possuem alta adição de açúcares, sal, gorduras, substâncias sintetizadas em laboratório e, principalmente, conservantes.
Além de representarem calorias vazias, sem valor nutricional, e de favorecerem o ganho de peso no pós-operatório, alimentos ultraprocessados afetam a microbiota intestinal, gerando constipação, disbiose intestinal e consequente desequilíbrio do sistema imune.
Veganos e vegetarianos precisam manter a suplementação de vitamina B12 em dia. Inclusive, a prescrição de proteínas ou aminoácidos pode ser avaliada caso o paciente não esteja conseguindo ingerir a quantidade de proteínas necessárias para uma boa cicatrização, durante o pós-operatório.
Monte pratos coloridos, contendo carboidrato, proteína, gordura e fibras.
Dê preferência aos carboidratos complexos como batata doce, macaxeira, mandioquinha, arroz integral, mas não exclua o carboidrato da dieta. Esse grupo de alimentos é indispensável para o sistema imune.
Em alguns casos, a suplementação de proteínas, indispensável para a cicatrização, e de boas fontes de gordura, como o ômega 3, pode ser uma estratégia necessária, mesmo para quem consome proteína de origem animal.
Fracione a dieta ao longo do dia em pequenas refeições, diminuindo o intervalo entre elas. Ou seja, coma mais vezes em menor volume para reduzir a sensação de “empachamento” e a distensão abdominal.
Não beba líquidos enquanto está comendo e não se deite logo após as refeições, para prevenir azia e refluxo.
Evite alimentos crus e mal cozido, em função do risco de infecção intestinal, que nessa fase pode gerar consequências graves.
Também evite alimentos alergênicos como frutos do mar ou aqueles que já tenham provocado episódios de intolerâncias ou de reações gastrointestinais indesejadas como distensão abdominal.
Não preciso falar que deve você suspender o consumo de álcool, que pode ser tóxico, especialmente, no pós-operatório. Além disso, bebida alcoólica é caloria vazia que contribui para o ganho de peso.